domingo, 23 de outubro de 2011

AMOR POR ÓDIO OU VICE-VERSA




            Tem uma “fulaninha” que me odeia tanto que tem até poderes, com seus olhos negros, de me fritar. Quando me vê, passando na rua, retorce a face como que se tomasse um horrível veneno. Os traços ficam firmes; a boca retorcida, desvia os olhos e empurra com força a cabeça para não me encarar.
            Alguém tem que dizer a essa coisinha que assim vai ficar velha mais rápido. O pior, enrugada e mal-humorada. Sei que se pudesse far-me-ia desaparecer da face da Terra. E tenho buscado satisfazer essa pobre e triste criatura.
            Mas não me culpe se o acaso fizer com que ela me encontre novamente pelo caminho. Eita ódio carregado. Dizem os filósofos que isso faz um mal danado.
            Alguém tem que avisar isso a ela. Que viva e aprenda a não guardar rancor. Para me esquecer, a melhor forma é me tirar do seu coração porque, da mesma forma que acontece com o Amor, você me mantém aí no seu peito, me odiando. E acho que não sou digno de tanta homenagem.
            Então, “fulaninha” aprenda que quanto mais me odeia, mas a amo. Essa escolha fiz não por você, mas por mim. Não quero ser um velho maracujá de gaveta. Algo que sem dúvida você será se continuar assim.
            Ah! Pare de dizer meias verdades sobre mim. Deixe que os outros me aprendam. E siga seu próprio conselho: “Deixa-me em paz”.

            * Pense e ajude seu próprio espírito a evoluir

Em busca da felicidade



Hoje estou feliz porque a cada dia consigo resdescobir o valor  do amor. Poder amar realmente a mim. Amar a minha família e meus amigos. E amar até mesmo quem não me ama mais ou nunca me amou.
Hoje estou feliz porque percebi que há um lado outro além da dor, que as coisas não acabam assim e que a continuação só depende de mim.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O SILÊNCIO DOS AMANTES




Autora: Lya Luft

Editora: Record 2008, 6ª Ed. Rio de Janeiro
Contos Brasileiros

Livro saboroso, onde se encontram textos de leitura fácil, mas não menos introspectivos. A introspecção, o pensamento e o não dito, aliás, produz uma unidade dolorosa entre os 20 contos presentes na obra. Dolorosa porque deixa transparecer o sofrimento dos personagens nos seus silêncios em meio aos seus pares.
O silêncio parece fazer parte da necessidade humana e recebe o mesmo valor da necessidade de socializar. Perante esse novo mundo agitado e quase esquizofrênico, mulheres, maridos, crianças, avós, irmãos, filhos dentre outros sofrem a angústia que nos arrebata profundamente fazendo com que desaparecemos aos poucos, como se apagado por uma lenta e mordaz borracha, até chegarmos ao fim que é percebida pelos próximos como uma decisão drástica, loucura ou tragédia.
Pena que há poucos preocupados com o poder da introspecção. E tenho firme concepção que nesse livro Lya Luft se aproxima um pouco da dimensão de Clarice Lispector. Não é uma comparação, porque injusta diante da particularidade e individualidade de ambas, mas um posicionamento analítico, necessário para se compreender o que escrevo e penso de “O silêncio dos Amantes” .
Livro que recomendo sim a leitura, não só como apaixonado por contos introspectivos, mas porque contribui para a construção do perfil humano brasileiro exposto ao longo de nossa tradição literária. Literatura sim, porque não faz menção de ser relato de experiência, apesar do debate entre ficção e autobiografia, mas cria seres diante de nossas perspectivas que mexem com nosso senso estético. A estética humana. Porém não há nada de novo nos contos aqui apresentados que não se tenha discutido por outros autores.
Tenho que apontar alguns textos. Apesar de impróprio da minha parte, pois eu precisava de certo distanciamento para fazer uma análise e não ser comovido, mesmo sabendo que fui comovido e que minha análise é subjetiva.
Então vamos lá:
“A pedra da Bruxa” ouviu minhas angústias e solidão. Também estou esperando alguém voltar, apesar de saber que não voltará. O mais drástico aqui é a consciência da ausência da fala que poderia mudar o passado, a certeza que a realidade é imutável apesar do falso desejo e da cruel esperança de que as coisas mudem e, por fim, a má fadada crença de que, se retornasse a pessoa, as coisas seriam diferentes. Não será. Ficaremos entre o silêncio e a palavra não dita.
“Bebês no Sótão” é cruel, sem deixar de ser realista. E os rumores do sótão de nossa consciência são piores do que imaginamos.
Quase kafkiano  é “O fruto do meu ventre” que é aquela sensação de invasão deliberada que nos angústia sempre, nós os introspectivos. Transforma-se em monstro e a humanidade em aberração quando invadem a nossa zona de conforto.
E, por último e não menos importante, “O Pássaro”. Conto forte e sem resposta. Angustiante como os outros que delibera um confronto entre a delicadeza e a dureza da realidade. Entre a infância e a adultice, entre o que queremos e o que podemos, entre o que é dito e o que realmente queremos dizer. Acredito que esse conto é o ápice da coletânea que deveria ser chamado “O Pássaro”. Mas compreendo a escolha do título atual.
Assim, apesar dos rodeios, finalizo dizendo que o primeiro livro que li da Lya Luft trouxe-me expectativas para os próximos.

Por Valdir dos Santos Lopes

21 de outubro de 2011.

Aproveite e visite minha página no RECANTO DAS LETRAS, onde publico meus textos literários. Pretigie e me ajuda a construir minha literatura.

domingo, 16 de outubro de 2011

Mateus 22,15-21.




Naquele tempo, os fariseus reuniram-se para combinar como haviam de surpreender Jesus nas suas próprias palavras.
Enviaram-lhe os seus discípulos, acompanhados dos partidários de Herodes, a dizer-lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, sem te deixares influenciar por ninguém, pois não olhas à condição das pessoas.
Diz-nos, portanto, o teu parecer: É lícito ou não pagar o imposto a César?»
Mas Jesus, conhecendo-lhes a malícia, retorquiu: «Porque me tentais, hipócritas?
Mostrai-me a moeda do imposto.» Eles apresentaram-lhe um denário.
Perguntou: «De quem é esta imagem e esta inscrição?»
«De César» responderam. Disse-lhes então: «Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org