Crônicas
para ler na escola - Ignácio de Loyola Brandão
Autor: Ignácio de Loyola Brandão
Organização:
Regina
Zilberman
Editora: Objetiva
Rio de Janeiro 2ªed., 2010
CRÔNICAS
As
crônicas têm o poder de congelar os momentos corriqueiros para que possamos,
com mais cuidado, apreciar coisas que não mais percebemos ou, por causa do
cotidiano cada vez mais alienante, deixamos de valorizar. Um bom exemplo é um
bom banho de chuva.
“Homem feliz na chuva” é um exemplo de
desejo que muitos não têm coragem de satisfazer. Loyola narra a libertação de
nossa infante alma contra as opressões de nossas circunstâncias. O mesmo ocorre
em “A sala dos livros mortos” onde a
funcionária de uma biblioteca resgata, um por um, os confinados a uma prisão
doentia perpetrada pela burocracia.
Quase
um diálogo com o leitor, os escritos de Ignácio de Loyola Brandão são um
convite para adentramos nas profundas percepções do escritor, suas reflexões e
descobertas. A confusa jornada da “Menina
que queria visitar a tia” e não sabia ao certo para onde ir e para onde
voltar ou o homem que dava “Marteladas
na cabeça”, na cidade de São José de Rio Preto, só para sentir o alívio que
sentia quando as marteladas cessavam.
O
prazer em ler narrativas desse teor está na constatação de nossa fragilidade
humana, próximas de nossa realidade angustiante e torturadora por causa de
nossas ansiedades, medos, receios (Vestibular.
Que Canseira!), vícios e manias (Uma
academia na madrugada), curiosidade ou invenções (O raro besouro que abre portas) e em nossas demências (A velha que odiava os raios).
Todos reunidos numa bem feita
organização elaborada por Regina Zilberman, estudiosa sobre literatura, muito
respeitada nos círculos acadêmicos.
“E se o se se concretizasse” p. 78 – Crônica: Vestibular. Que canseira!
Valdir dos Santos Lopes
Professor de Literatura
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