sexta-feira, 22 de julho de 2016

THE STRANGER THINGS






The Stranger Things
(cuidado: possível spoiler)

Criado por: Matt Duffer, Ross Duffer (2016)
Disponível: Netflix

Elenco: Winona Ryder, David Harbour, Mille Brown, Finn Wolfhard, Caleb McLaughlin, Gaten Matarazzo, Noah Schnapp e outros

Boa série. Cumpre o que promete em relação a drama e suspense, principalmente com a atuação de Winona Ryder e David Harbour. Sou mais atraído para a questão da fantasia (ou algo parecido como o irreal improvável, mas eu acabo aceitando a proposta da probabilidade tecida pelo enredo).

Já a relação de Finn Wolfhard, seus amigos e Millie Bobby Brown dá aquela pitada de humanidade, que todo mundo sonho ter ou acredita que a humanidade tem (acho que isso é fantasia).

O papel de Caleb McLaughlin (Lucas) também chamou a minha atenção. Não porque é um ator mirim negro (e isso é importante para mim), mas porque acredito que a parte chata e racional da relação entre os amigos ficou para ele. Racional naqueles termos, de dizer assim: Olha nós somos crianças e nossos pais nos ensinaram que devemos chamar os adultos para nos ajudar. Aí eles percebem que os adultos estão mais perdidos com seus próprios problemas infantis, então resolve meter a mão na massa (acho que já vi isso na vida real).

Eu estava torcendo para a relação de Nancy e Jonathan (mas acho que já estou entregando a série. #calabocavaldir)

Mas acho precipitado continuar comentando, já que eu realmente desejo assistir a continuação. Vai ter continuação? Oi?

sábado, 16 de novembro de 2013

SENHOR GENTILEZA

SENHOR GENTILEZA

            Tenho ultimamente encontrado vários sinais do comportamento gentil de algumas pessoas ao meu redor. Muitas vezes massacrado pelo cotidiano, pelas inúmeras tarefas da rotina, deixei de perceber o quanto algumas pessoas são gentis.
            Num determinado momento quando eu ia atravessar a rua Rui Barbosa, sobre a faixa, muitos carros afobados tiraram fininha do meu corpo. Seria mais um dia comum se não fosse por um detalhe, um carro parou, antes da faixa, para esperar a minha passagem.
            Num outro momento, indo de carona com colegas professores à cidade de Barbosa, deparei com mais um gesto de gentileza. O caminhoneiro cedeu a passagem para o nosso carro.
            Pode ser algo banal, hoje em dia, mas se refletirmos que esse comportamento rareou, veremos que ser agraciados por um gesto de generosidade está tornando-se sorte.
            Quantas vezes já não fomos apressados em nossas passadas por causa de motoristas bufantes ou quase atropelados por ciclistas intrépidos?
            Gentileza tem a ver com educação. Com o acúmulo de aprendizagem atitudinal e procedimental adquirido desde as primeiras horas de nosso nascimento.
            Quem dera fosse assim todos os membros de nossa sociedade. Quem dera fossemos assim todos os momentos de nossas vidas.
            Em última feita ao descer a rua, muito movimentada, percebi que a carteira de um senhor havia caído no asfalto, em meio ao tráfego. Como o homem não havia percebido, seguiu em direção a padaria. Pude então recuperar o objeto, sob os olhares das pessoas que por mim passavam, e entregar ao respectivo dono. Ele me agradeceu e fui.
            A gente percebe que ser generoso não dói. E penso que não é uma obrigação agir com gentileza, mas um princípio de respeito humano e educação.

            É isso!


sábado, 18 de maio de 2013

TODO O SENTIMENTO - CHICO BUARQUE



A "arte é inútil" e com esse pressuposto, Chico Buarque nos introduz uma das grandes e pequenas contradições permeadas em suas composições. “Todo sentimento do mundo” me faz lembrar “Tom Jobim” e sua poética amorosa. De um homem recatado, decaído, amoroso e querendo ser amado. Mas claro tudo isso é minha interpretação, até porque a arte é inútil, não há  utilidade social que se tem de imediato e esperado sofrivelmente pelas pessoas no dia-a-dia. Mas serve para parar num dado momento e pensar naquele encontro que se teve. Como a arte, o amor, diria eu, também é inútil.



Todo o Sentimento


Chico Buarque

Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente.
Preciso conduzir
Um tempo de te amar,
Te amando devagar e urgentemente.

Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez,
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez.

Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente...
Prefiro, então, partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente.

Depois de te perder,
Te encontro, com certeza,
Talvez num tempo da delicadeza,
Onde não diremos nada;
Nada aconteceu.
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.




Cheio de contradições, essa letra me espanta. Isso é poesia e nenhum professor de literatura me apresentou na sala de aula e em contra partida conheci Olavo Bilac. Nada contra, mas contrariando as expectativas pedagógicas, preferiria Chico Buarque. A sonoridade em si é linda de morrer. Um bailado leve e sereno, carregando você como o mar, todo manhoso, mas também de uma força de arrebatamento, como os olhos de Capitu. Rápido e manhoso. Eu não sei o que essa música tem a ver com Paris... talvez a cidade romântica do mundo... Acho que tem a ver com Penápolis, foi aqui que senti meu primeiro e verdadeiro amor, ou qualquer outra cidade onde eu conhecesse alguém que me fizesse estar encantado... Acho que qualquer cidade onde sempre eu tenha a experiência nova de um primeiro e verdadeiro amor.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

XEPA



             




Aproveitando o embalo da nova novela da emissora de televisão Record, a Dona Xepa, remake da novela global de 1970, busquei compreender o significado dessa palavra tão brasileira: “Xepa”. Segundo o Mini Aurélio Escolar (Século XXI) publicado pela Editora Nova Fronteira (2004), Xepa é:

(Ê) sf. Bras. Pop. 1. Comida de quartel. 2 As mercadorias vendidas ao término das feiras, geralmente mais baratas e de qualidade inferior. p.761


E o dicionário Online que uso frequentemente, o Dicio.com, também comunga com as definições do Aurélio.

O interessante é saber a origem desse nome. Sendo uma palavra popular brasileira, talvez um modo de falar regionalista, pode ser muito difícil descobrir a origem dela. Mas quem sabe onde encontrar poderia dar um toque, né?

 Há outras expressões também interessantes como “bater uma xepa” ou significados diversos como “livros velhos” e “cirurgias”. No site dicionário informal se encontra uma discussão legal sobre isso. Mas é claro que a novela utiliza do termo ali exposto pelo Aurélio.
 
 Outro fato que me deixou saudosista, acompanhando o clima da nova novela. Minha cidade já não tem uma feira tão empolgante, com movimentos dominicais frenéticos e desfiles de carrinhos de duas rodas, como tinha na minha época de infância.          

 Não sei se a minha empolgação diminuiu ou se os hipermercados e suas feirinhas venceram a batalha mercadológica. Há ainda alguns pontos que tentam sobreviver em meios aos gingantes do capital. Mas até quando?

É isso.

Dir


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Independência intelectual - por uma ação pedagógica mais crítica




           

Independência intelectual - por uma ação pedagógica mais crítica

            Muitas vezes tenho acompanhado debates calorosos de vários especialistas sobre a realidade educacional brasileira. Cada um, seguindo suas correntes teóricas, tem pregado suas crenças para uma nova pedagogia que, muitas vezes, podem ser confundidas como panaceia para as instituições escolares.
            Pior do que isso é quando, professores coordenadores pedagógicos, supervisores, diretoria de ensino e até mesmo as secretarias de ensino acreditam que a panaceia existe e que as teorias, dos renomados estudiosos espalhados pelo mundo, são a solução para os problemas educacionais brasileiros.
            Em volta dos índices baixos da educação relatados pelas últimas avaliações externas - SARESP, SAEB E ENEM - percebe-se que o caminho defendido não tem dado muitos resultados positivos. E isso está a banho-maria desde o descobrimento de nosso país, desde a educação inaciana, passando pelo acordo MEC/USAID até as teorias que se tornaram métodos pedagógicos por causa de alguns espertalhões.
            Mas o que não tem acontecido, e que, talvez, poderia ajudar, e muito, numa elaboração de novos métodos pedagógicos, foi ouvir as vozes internas de cada instituições. Para isso, necessário é que possibilite a democracia no processo educacional (pressuposto carregado e defendido desde 1960 com os protótipos das LDBs), autonomia e pensamento crítico.
            A democracia na instituição educacional ainda será uma realidade a ser alcançada por um processo muito longo de debates, lutas, derrotas e conquistas, já que vivemos numa sociedade temerosa pela democracia. Não sabemos o que fazer com ela e, por isso, os que podem nos conceder esse vislumbre, evitam em nos atemorizar.
            A autonomia, num estado de direito, confundidos por deveres, numa sociedade amoral que acredita ainda na moralidade e que não tem noção da ética, precisa ser muito bem discutida e fundamentada.
            Já o pensamento crítico, que é a liberdade de pensar de forma autônoma, fundamentando as razões individuais e/ou coletivas até então construídas pelo sujeito, longe do alcance da maioria dos educadores produz um status de animosidade que, beirando ao ridículo, permite o estabelecimento do status quo.
            Creio que a educação só poderá mudar quando os professores tiverem a possibilidade de pensarem criticamente. Tiverem autonomia de pensamento e exercerem essa habilidade em prol da coletividade educacional. Não digo que os professores não pensam criticamente, mas submetidos a um cotidiano totalmente alienante e burocratizado, o pensamento crítico torna-se refém das amenidades e determinações superiores, esses que têm pensamentos em números como se gerissem empresas caçadoras de lucros.
            Para quem não compreendeu a defesa proposta por minha prolixidade, resumo em tópicos:

* Os educadores precisam começar a utilizar sua habilidade crítica para pensar a educação em que vivem,
* Pensando criticamente podem exercer a autonomia tão necessária para o desenvolvimento de cada instituição,
* Criando autonomia, transmitem autonomia e com isso proporcionam a democracia tão necessária para o modelo de educação proposto pela LDB/1996.

            E só assim, possibilitando esses primeiros passos, deixamos de ser reféns de modismos e estrangeirismo, entendendo nossa realidade e inovando em prol de uma educação mais efetiva.
É isso.

Valdir dos Santos Lopes
Formado em Letras
Graduando em Pedagogia pela UNESP/Univesp
Psicopedagogo – clínico e institucional