MULHER-GATO – (JEPH LOEB, TIM SALE)
Editora Panini Books, 2012
Barueri, São Paulo.
Quem
é fã de Batman não pode deixar de admitir que Selina Kyle é um atrativo a mais
na história desse grande e obscuro detetive dos quadrinhos. Pois hoje tive o prazer
de me deliciar com uma edição de luxo. Um grande presente para mim quando
comprei “Mulher-Gato: cidade eterna, da editora Panini Books, 2012.
Primeiro
tenho que falar do desenho, já que é algo que me chama a atenção num HQ. As
qualidades de Tim Sale são inúmeras e isso é atestado pelo presentinho final da
obra. No “Esboços” um breve comentário
das linhas mágicas produzidas. Um sabor a mais. Dá vontade de saber desenhar.
Ainda falando do desenho devo elogiar a desenvoltura, com o claro e escuro tão
essencial no mundo fantástico de Batman. Os contornos primorosos não têm a
pretensão de ser fiel a realidade e não deve nada aos clássicos dos melhores
riscos dos quadrinhos.
Já
Dave Stewart contribuiu maravilhosamente com suas cores mágicas. Junto com Sale
produziram páginas primorosas. Na página 19, por exemplo, com a presença do
rancoroso Harvey, sinto até as espessuras da pincelada no tradicional uniforme
de Duas Caras. Os destaques de página inteira são uns dos pontos que mais me agradaram.
E nesse ínterim devo parabenizar Sale e Stewart. Para um fã de HQs como eu,
desejar essas páginas como pôster é o mínimo. As páginas que descrevo abaixo são
as que me apaixonaram:
As páginas 19 com o Duas Caras, 23 com o Rosto da
espantada Selina, 37 com a Mulher-Gato correndo no telhado, a 80 com a presença
da Mulher-Leopardo (grande amiga-inimiga da Mulher Maravilha) e a página 112
com uma fabulosa lua abrilhantando a presença da Mulher-Gato no telhado.
Por
fim, o fabuloso roteiro nas mãos de Jeph Loeb que respeitou o mundo mágico do
maior detetive dos quadrinhos. A busca de Selina em Roma permeada por mortes e
atentados misteriosos convida o leitor a todo o momento reconstruir os fatos em
busca de claridade. Além de merecer estar no rol da literatura chamada
policial, possui poeticidade frequentemente encontrada no discurso da
Mulher-Gato:
“O que você sabe sobre mulheres caberia num dedal... e haveria espaço
suficiente pro seu cérebro.” – Selina Kyle (Mulher-Gato)
E
o humor sempre característico no falar insano de Nigma (O Charada, que perde
muito para o grande vilão piadista do universo do Morcego, Coringa):
“Pergunta: Quem é o idiota agora?” – Nigma (O Charada)
Infelizmente
tenho que destacar um ponto negativo, pois havia uma necessidade imperiosa de
entender o dialeto italiano para desfrutar completamente da obra. Falha da NT
(Nota do Tradutor). Poderiam ser mais caridosos com quem não está a fim de
aprender a língua da máfia e deixar um quadradinho no fim da página traduzindo
aquilo que os carcamanos gritavam.
No
geral, meu livro ficará guardado no saquinho original para não pegar pó. Coisa
de fã, de colecionador ou de doido mesmo, coisa que nunca neguei em ser.