sábado, 12 de maio de 2012
MEU PORTUGUÊS: A GENTE NO MERCADO PRA COMPRAR QUINHENTOS GRAMAS D...
MEU PORTUGUÊS: A GENTE NO MERCADO PRA COMPRAR QUINHENTOS GRAMAS D...: Fui ao supermercado comprar meio quilo de linguiça ou quinhentos gramas. Mas o que me chamou a atenção foi os dizeres na balança pe...
sábado, 5 de maio de 2012
ZERO - IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO
ZERO – IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO
EDITORA CODECRI – RIO DE JANEIRO, 1979
Mais se assemelha a um poema dadaísta de amontoado de coisas que parece não ter conexões. Depois você vê que há uma conexão. Como se não houvesse coerência, coesão, mas há coerência e coesão. A coerência e a coesão da subversão. O próprio livro sentiu-se vítima de insurgência, o próprio autor e também nós, leitores, que se ficarmos calados podemos ser condenados por omissão. Quando se inicia a leitura, tem-se a vontade de parar. Desistir por alguns minutos ou horas ou dias, até anos. Mas a curiosidade – dote de um bom leitor – mantém firme minha persistência. Depois do terreno arenoso, não vem a bonança. O livro todo é árduo, árido - leitura dificultosa. Isso não é um ponto negativo, pelo contrário. Sobrevive o mais forte. Talvez esse seja o mote de José, personagem enigmático, carismático, atormentador que comunga com vários personagens da literatura brasileira como Fabiano, de Graciliano Ramos e Macunaíma, de Mário de Andrade.
Aliás, ao ler Zero, lembrei-me de Mario de Andrade e seu Macunaíma. Um texto truncado, personagens plurais, comportamentos indecifráveis e angustiantes, heróis e anti-heróis, destruição da visão romântica do estado de coisa, o caráter sem-caráter. Macunaíma talvez seja a gênese, Zero, o apocalipse.
Zero é metalinguístico, pois menciona-se dentro da própria ficção, sendo banido pelos governos autoritários que vislumbravam imoralidade em seus escritos. Não que não haja imoralidade, palavras de baixo calão, cenas de sexo selvagem, escatologias. (É bom dizer que a escatologia de Zero tanto envolve a coprologia, as coisas sórdidas e obscenas as expressões chulas e fecais como a preocupação do destino do mundo, quase profético – e toda a literatura deve ter esse misto de mito profecia – elaborando uma teoria do destino e propósito humano. Mas tudo isso é subjetivo. Tudo é variável, como poderia dizer o próprio José: depende. O que é tudo isso se não a essência pura quando se encontra a humanidade distante de seu sentido ou próximo ao sentido que se constrói diante uma realidade tão imunda. Então José diz: depende.
Zero não é só profético, é religioso e as semelhanças com a bíblia não tem nada de coincidência: quando Gê, Gê é o “messias” que o governo acredita ser comunista (é um comunista), assassina o dono do bar, rouba o vinho e transforma groselha em vinho para socorrer o casamento de pobres noivos, quando Rosa persegue uma família e se guia por uma estrela ou quando o governo manda matar todas as crianças com idade do filho do Gê, o menino com música na barriga, para matar o filho do Gê.
O texto também é poético, com contribuições profundas de versos filosóficos, talvez escritos pelo próprio Zé: “Inscrição de Privada/ (Grafitti) /Cagar é lei deste mundo/Cagar é lei do universo/Cagou dom Jorge segundo/Cagou quem fez este verso” p. 31//“Inscrição de privada:/Neste lugar solitário/Toda valentia se apaga/O mais forte só geme/O mais corajoso se caga” p.67// “Inscrição de privada/ (grafitti) /Neste lugar solitário/Todo valente se apaga/Todo homem geme/Todo corajoso se caga” p. 109.
José me lembra Carlos Drummond de Andrade, ou melhor, o “E Agora José?”. José procura emprego, José procura mulher, José procura se acertar na vida e não mais borrar as calças, não mais apanhar de 5 em 5 minutos da polícia ou da polícia política, ou do POPO ou da POFE ou do POSU (Polícia de Supersegurança) ou do próprio Presidente Militar Ministro da Guerra e Salvador do Povo estúpido. José vira assaltante, vira assassino para financiar uma casa para Rosa na Caixa Econômica, José quer prostituta, José não quer trabalhar, José quer deitar com Rosa – E agora José?
Talvez a música preferida de José, ou Zé para os íntimos, seria Fotografia 3x4 de Belchior. Ou “isso tudo acontecendo e eu aqui na praça dando milhos aos pombos” de Zé Geraldo
Numa linguagem que denuncia e caracteriza cada personagem o livro, porque literatura, não deu conta da normatividade da gramática. Mas é subversão linguística também. Literatura não é compêndio de gramatiquice embasbacada. Literatura é vida, gramática é lápide. A narrativa, dos vários narradores presentes, se mistura com pensamentos, desejos das personagens, onomatopéias, barulhos citadinos, anúncio e propagandas de televisão, rádio, outdoor, fast-food. Átila, por exemplo, se apaixonava por todas as garotas de sutiã que apareciam fotografadas nos outdoors. A narrativa é flash de acontecimento como que se inundando na mente do escritor é derramada na do leitor e assim parece tudo desorganizado, mas na verdade é organizado e com tempo, esforço e paciência vai se encontrando conexões. Assemelha-se ao fluxo de pensamento. Será que o pensamento é assim? O narrador é personagem, depois é observador. Há mudança constante de tempo e espaço sem prévio aviso como uma sobreposição contínua de acontecimentos, como fluxo de pensamento sobre muita coisa. Um misto de conto, romance, novela e poesia, como nós alerta as orelhas do livro.
Clássico, na minha visão reducionista de ver as coisas. Acredito que José não gostaria de ser Clássico, e duvido muito que algum governo possibilite a leitura dessa epopéia nas salas de aulas sobre suas jurisdições. O negocio é ler escondido no banheiro e quem sabe a verve poética de Zé não nos contagie e comecemos a pensar. Livro para ser lido 2 vezes na vida e outras 2 na morte.
BOCA DO INFERNO – ANA MIRANDA
BOCA DO INFERNO – ANA MIRANDA
COMPANHIA DAS LETRAS, 1989
SÃO PAULO – SP
Para quem estuda literatura brasileira, logo se lembrará da alcunha “boca do inferno” que nosso poeta Gregório de Matos recebeu devido às suas mordazes sátiras que desnudava a sociedade baiana na década barroca. Pois bem. Ana Miranda, numa admirável arte de contar história, nós faz reviver essa época onde uma sociedade está encurralada com os vícios, corrupções, mando e desmando de um reinado capenga e de um governo de interesses.
A narrativa se atém a uma rixa antiga entre a família Menezes e a família Ravasco. Famílias importantes, de prestígio e posse na Bahia, disputam poderes e salvaguarda a honra com sangue. Os Ravasco têm um ilustre entre eles. O Padre Antônio Vieira Ravasco, o nosso jesuíta orador, que muito encantou – e encanta – com seus sermões. Gregório de Matos, amigo da família Ravasco, se envolve na contenda e tenta auxiliá-los contra a perseguição cega e desumana do governador geral Antônio de Souza Menezes (o Braço de Prata) e seu Alcaide-Mor, Francisco de Teles de Menezes.
No meio de perseguições, prisões, torturas, mortes encomendadas, assassínios, prostituição e corrupções, Gregório de Matos se apaixona e esse amor (proibido, pois a sua musa é casada) transforma sua vida, que não era exemplar, numa corrida insana na busca de proteção e solução.
Bem ambientado, numa descrição magnífica da vida e dos fazeres seiscentistas, a autora nos reporta para um mundo com tanta perfeição que faz crer que lá vivemos, que sentimos verdadeiramente as angustias projetadas e que fazemos parte da conspiração que busca encontrar um equilíbrio numa Bahia incendiária.
E sobre poesia, oratória, romantismo e uma dose certa de escatologia, lembramos das épocas cavaleiresca da literatura do período medieval como a novela de cavalaria e como os trovadores
É muito mais que um romance histórico, pois sua base se fundamenta na história colonial brasileira, mas um retrato literário de nossas artes (no sentido estético e no sentido engenhoso da palavra)
Para quem gosta de aventuras, combates, lutas e sempre fiou na literatura estrangeira, Ana Miranda é um exemplo de que em nosso país os embates são tão inspiradores quantos os de fora.
DE VOLTA À INFÂNCIA
As crianças têm necessidades imperiosas de comunicar-se. Quando descobrem, então, a fala, é como se ganhassem um presente de dimensão sem cálculo. Esse poder, as crianças levarão a última conseqüência. De posse desse poder, descobrem o mundo interno e externo. Tornam-se participante. Utilizam-na sem medo, como que um aventureiro desbravando uma mata fechada.
É preciso testar o alcance do poder adquirido. Tudo se torna palavras sonoras já que perceberam que assim, melhor compreendidos, sua comunicação torna-se eficaz. Todo sentimento torna-se palavras sonoras. Se escrevessem seriam poetas? Aliás, a poesia não se restringe à escrita. Como exemplo os trovadores. Crianças são trovadores que cantam a vida. São os melhores comunicadores. Mesmo mudas, comunicam-se. E até mudas, por alguma fatalidade daquilo que os adultos chamam de destino, elas produzem comunicação. A criança em sua motricidade é comunicação, em sua essência é comunicação. Criança é comunicação.
Mas quando chega a idade madura, deixamos a fala de lado. Acreditamos que meias palavras ou palavras e meia são suficientes. Acreditamos que os nossos não-ditos, nossos olhares escondidos possam entregar nossas almas, podem dizer o que realmente somos. Tudo porque temos medos de dizer realmente o que somos, o que pensamos, o que queremos. Deixamos a mobilidade para sermos imóveis na estúpida justificativa de manter a energia. Para não perder a energia, para preservar, para não gastar. Como também para não criar conflitos, para sermos mais sociáveis, para sermos corteses.
Dizem que um ponto já é um conto. Incerto. Outros acreditam que o olhar é tudo, um pequeno gesto. O que nos dá, diferentemente das crianças, é uma preguiça mental ou um descrédito a esse fabuloso instrumento, a voz. Comunicar-se, saber dizer. A nossa fé diminuta no poder de criação, que somos, é nossa falta de ação. Enfim, adultos não se comunicam como crianças, e são ineficientes, não se comunicam com as crianças e são incompreensíveis. Nossa lógica e nossa racionalidade precisam passar pelo crivo das crianças. Deve ser por isso que muitos de nós não suportamos os trinados infantis e as canções pueris.
Quantos de nós (E até eu cometi esse grave despropósito) já pedimos aos infantes que calassem, pois os adultos estavam falando? Quantos professores proibiram a manifestação oral em sala de aula, pois isso atrapalharia a produção escrita e ou produziria a bagunça e a indisciplina em sala de aula? Quantos pediatras não perguntaram às crianças o que realmente estavam sentindo? Quantos amigos nossos não perguntaram a idade de nossos filhos desconsiderando-os presentes em nosso meio e entendendo e tendo condições de responder a essa e tantas outras perguntas? Temos sistematicamente feito as crianças calarem, tirando seus direitos de dizer, de expressar, de comunicar. As crianças têm necessidades de comunicar. Nós esquecemos a nossa. As crianças precisam falar, nós as censuramos.
Como é sábio o conhecimento cristão. Só merece o reino quem se assemelha a esses pequeninos. De fato, quanto mais se afasta do poder maravilhoso da infância, mais se perde do fabuloso mistério de ser humano.
Não pode trabalhar com uma criança quem não entende esse maravilhoso universo vivido por elas. Da mesma forma não pode lidar com uma criança quem não a compreende por toda sua completude. E a isso refiro-me a quem se propõe a ser um pediatra, um psicólogo, uma enfermeira, um professor, um pedagogo, um diretor escolar, um coordenador pedagógico, um psicopedagogo,um palhaço, um apresentador de programas infantis, uma merendeira, um catequista, um pastor, um padre, um produtor de músicas infantis, um escritor infanto-juvenil, um padrinho, uma madrinha, uma tia, um pai, uma mãe e tantos e tantos outros.
Deixemos de lado a pretensão de tornar nossas crianças em adultos em miniaturas. Deixemos aqueles velhos e desgastados chavões de que somos jardineiros e estamos plantando sementinha em cada uma dessas crianças e, quando necessário, devemos podá-las para crescerem na direção certa. O que é uma direção certa? O que é o caminho certo? Não fomos crianças também? Não erramos e com nossos erros aprendemos? Devemos mostrar os nossos mundos partindo dos mundos criados por ela. Não devemos impor e sim propor.
Assim, fica subentendido, que para se ter uma criança ao lado precisa ser como ela, falar como ela, comunicar como ela, viver como ela.
Entender uma criança e não fazer com que ela nos entenda. Porque lidamos com um mundo não nosso, mas delas, com as perspectivas delas. Respeitando-as teremos pessoas que também nos respeitarão.
É isso aí.
Valdir dos Santos Lopes
Psicopedagogo - Clínico e Institucional
TELEVISÃO E A INTERNET EM SEUS VALORES
Revisão 05/05/2012
Nos últimos tempos, a televisão tem sentado no banco dos réus como a principal suspeita pelas inversões de valores, violência e descalabros sociais. Defensores afiados em suas críticas contra os programas televisivos têm anunciado a presença de uma sociedade acéfala, incapaz de refletir e analisar os programas assistidos, aceitando compassivamente todas as ideias propostas por esse instrumento de comunicação. A mesma crítica é feita sobre o uso da internet, hoje, o meio de comunicação mais usado por nossa sociedade. Credita-se à esse instrumento a possibilidade de bestializar os usuários que buscam apenas futilidades, inversões de valores e fim da criticidade.
Os brados são muitos e chegam a propor, de forma saudosista, programas antigos que não exponham e não deturpam a moralidade. Gritam os moralistas que os adolescentes são as principais vítimas, pois são os mais suscetíveis a essa ameaça. Dizem também, que a camada popular, porque ignorante e não dotadas de senso crítico, são vítimas dos interesses megalômanos e capitalistas das grandes corporações e empresas capitaneadas pelas classes ricas. Procuram, por meio desses argumentos, a censura de programas e meios de comunicação que expõem a comunidade aos pensamentos "inadequados" que reproduzem.
Mas até que ponto tudo isso é correto? Por que atribuir à televisão a culpa por todas as mazelas sociais? Por que dizer que o acesso democrático da internet pode ser considerado empecilho ao desenvolvimento intelectual e crítico do indivíduo? Então, a educação, a moralidade, a ética e os valores em geral foram transformados pelos programas de televisão? Eles têm tanto poder assim? E por que não fazer uma análise mais profunda e compreender se os pressupostos elencados acima são realmente validados?
Essa discussão com toda certeza daria muitos elementos e, por isso, seria demasiadamente longa. No entanto há como discutir, refutar ou aceitar certos pressupostos. Não devemos delegar à televisão e à todo sistema de comunicação e informação toda a dificuldade e problemática presente em nossa sociedade. Não devemos creditar o sucesso da televisão, a propagação e democratização do acesso à internet e a situação social, econômica e cultural de uma camada populacional à ignorância e falta de senso crítico. Não devemos generalizar e indicar que todos os programas televisivos são de mau gosto e, por fim, mesmo aceitando que a televisão traz certos malefícios aos adolescentes, ela também é (e poderá ser) um grande instrumento de educação, cultura e lazer. De mesmo modo, a internet é a possibilidade de trazer mais acesso e poder de intervenção dos indivíduos em sua comunidade.
A televisão e o computador são instrumentos e, como todo instrumento, seus efeitos serão de acordo com o uso que se faz deles. Se abandonarmos o pensamento mítico e usarmos de nossa criticidade, poderemos "despersonificar" o aparelho “televisão” e atribuir aos verdadeiros culpados às transformações que vivenciamos. Somos nós que devemos cobrar qualidade e, quando não há, somos nós que devemos nos negar a participar. Agora, participamos quando reconhecemos que algo faz sentido e parte de nossa vida. Oras, se encontramos audiência para a banalidade, será que a banalidade não está presente em nossa vida e fazendo sentido? Será que a televisão não vem apenas refletir o que já está presente em nós. Será que o grande número de brasileiros usando Facebook ou Orkut, escrevendo e "curtindo" certos conteúdos não reflete o que somos enquanto consumidores? A dimensão criativa da televisão não é tão grande a ponto de transformar toda a sociedade num sopro só. Seria até mítico dá ao instrumento inanimado e/ou controlado por nós o poder de perverter a sociedade. Senão, seria muito fácil "consertar". Então exibiríamos sempre um programa considerado de "qualidade" e a sociedade tornaria uma sociedade de "qualidade". Acredito que os tempos de censura tentaram e não lograram. Mas não é bem assim que funciona. Há muito elemento envolvido. É apropriando-se adequadamente de um instrumento que teremos respostas adequadas. E os adjetivos "adequados" e "qualidade" são muito pessoal, subjetivo que não me atrevo a determinar padrões. O que para mim é qualidade, para outros, não.
Se somos críticos a ponto de reconhecer a baixa qualidade, a violência e as inversões de valores em determinados programas televisivos, devemos ser críticos o bastante para reconhecer que muitos programas trazem neles uma consciência coletiva do que somos, de como estamos e para onde vamos. Se realmente estamos preocupados com as qualidades discursivas dos jovens nas redes sociais, devemos, também, reconhecer que esse meio de comunicação possibilita, por outro lado, a interação educacional da sociedade. O que não é surpresa para todos ao perceber o avanço dos cursos EAD. O que isso indica? Que diante desses programas e possibilidades comunicativas possuímos vários e sérios instrumentos reflexivos sobre a nossa realidade.
Agora, seria de um mau gosto e acrítico culpabilizar a camada popular pelo sucesso dos programas de "baixa qualidade" devido à "ignorância" e falta de "cultura" ou pelo Brasil já ser o segundo país em uso da internet e redes sociais. Quem, ainda hoje, usa esses adjetivos para indicar uma determinada classe ou povo, tem muito que aprender e conhecer melhor esse mesmo povo. Não podemos aceitar esse discurso reducionista e generalizado, pois quem carrega esse discurso tem pouca vivência e desconhece a sabedoria popular e as habilidades forjadas na vida de um ser humano. Como ser humano, não devemos repudiar ou excluir outro ser humano, diferenciando pelo poder intelectual, pelo grau de erudição ou escolarização. Esse artifício é o mesmo usado para encontrar, (não sei se é o termo adequado) uma raça perfeita. Como crítico, defensor da ética humana, não aceito ouvir um falar tão preconceituoso e cheios de maus ditos.
Se nossa sociedade não caminha bem, se não temos mais respeito um pelo outro, se nossa cultura decaiu e nossa moralidade extinta, se nossos filhos não sabem mais respeitar os valores que tanto preservamos e se a nossa vida anda muito complicada, não é culpabilizando a televisão que teremos uma resposta. Não é delegando aos jovens facebookers a culpa do retrocesso intelectual de uma sociedade. Não teremos meios de compreender enquanto usarmos do artifício da culpabilização. Porque culpando alguém, tira-nos a responsabilidade de se envolver e de, junto, buscar uma solução. Porque culpando alguém ou alguma coisa, podemos, temporariamente, dizer-nos que estamos livres da responsabilidade dos efeitos que a sociedade nos apresenta. E isso não é ser crítico e sim comodista. Não é ser sábio e sim traidor.
PROFESSOR
VALDIR DOS SANTOS LOPES
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