sábado, 10 de abril de 2010
QUANDO ESSE FRIO PASSA PELA GENTE
Sentado no parapeito de uma janela do oitavo andar de um prédio ficamos a cogitar que a vida não tem a mesma cor se olhássemos de lá de baixo Quem já não olhou as coisas por cima devia procurar experimentar a maravilhosa sensação de calçar ou vestir um salto alto plataforma Além de ver o topo das cabeças das pessoas que parecem alfinetes peludos, podemos ver o mapa que as formigas riscaram e você nunca foi capaz de perceber Daqui de cima as pessoas são diferentes, o amor é uma metáfora e aquele frio que passa por entre os braços e pernas dizendo Vai, pula vai Está na hora de sentir o verdadeiro prazer de ser livre E quanto mais embriagado você estiver mais receios terá de dar o primeiro passo para o infinito É quando abro então um portão encantado para um mundo fantástico que povoa a imaginação dos seres alfinetes que vivem lá embaixo Só que os ares estão deixando de ser tão calmo quanto era Está sendo povoados por pássaros pesados que não podem sonhar Com bicos carregados cruzam meu horizonte e não me permitem chegar Mas um passo será suficiente para chegar.
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