sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A LENDA


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  • Lançamento 1985  (1h 34min)
  • Dirigido por  Ridley Scott
  • Com Tom Cruise , Mia Sara , Tim Curry
  • Gênero Fantasia , Aventura  , Romance
  • Nacionalidade EUA

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O amor entre o jovem Jack (Tom Cruise) e a princesa Lili (Mia Sara) coloca o equilíbrio da natureza e seus seres mágicos em equílibrio. Tudo coincide com a gana do Senhor das Trevas (Tim Curry) em destruir o sol e inundar o mundo com sua escuridão. Para isso o malígno precisa destruir as duas únicas criaturas que pode manter a luz na terra, garantindo o eterno amanhecer: os unicórnios.


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 (Jack – Thomas Cruise Mapother IV, nascido em 3 de julho de1962)

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Lili (Mia Sara – nascida em 19 de junho de 1967)

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A Lenda : foto Mia Sara, Tom Cruise

  • Copyright : © Legend Production Company Ltd.
  • Foto publicada em: 19 dezembro 2003
Jack se vê na obrigação de salvar o mundo, ao lado de seres fantásticos como uma fada maluquinha de amor pelo galã, um elfo e dois anões.
Vão enfrentar o cornudo das trevas para recuperar a princesa, que já está sob as guardas do terrível carcereiro do inferno, recuperar o chifre do unicórnio e trazer a paz que um singelo e descuidado casal sempre desejam.
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A Lenda : foto Tim Curry

  • Copyright : © Legend Production Company Ltd.
  • Foto publicada em: 19 dezembro 2003
Coube ao autor Tim Curry interpretar o demo, o cornudo que ficou bem caracterizado para a filmografia da época.
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Tim Curry – britânico nascido em 19 de abril de 1946

Quando o filme foi lançado, eu só tinha 4 anos de idade. Assisti pela primeira vez hoje, aos 31. Para época, acredito que o filme é muito bem bolado, com uma mistura de balé, música e bons caracteres. Não perde nada para os filmes da Disney. O jovem Cruise se saiu muito bem como galã ao lado da princesa sapeca que, por causa dos seus caprichos, quase destruiu o reino encantado, esgarçando a tênue linha que separa esse reino do reino dos homens. Gostei.

Não posso de deixar de destacar os créditos, encabeçado pelo diretor Ridley Scott. O mesmo mostrará mais do seu trabalho em Alien, o 8º Passageiro (1979), Blade Runner, o Caçador de Andróides ( 1982) e Gladiador (2000)
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O diretor Ridley Scott é britânico e nasceu no dia 30 de novembro de 1937. Tem na bagagem 24 filmes como diretor e 30 filmes como produtor.

Curta algumas imagens do filme que tirei:

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FONTE PRINCIPAL

ADORO CINEMA

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

ESCOLHI SER ALBINO



 
ESCOLHI SER ALBINO
Autor: ROBERTO RILLO BÍSCARO
Editora: EDUFSCAR, 2012  SÃO CARLOS, SP.
Autobiografia


Os escritos do professor Roberto Rillo Bíscaro são incisivos, cheios da sinceridade cortante que tem. Quem o conhece ou já teve oportunidade de conversar com ele perceberá que a estilística comunga com a oratória. Sem medo de ser o que é, de pensar e dizer o que pensa, talvez pelo mecanismo de sobrevivência que criou no decurso do tempo, como relata em “Escolhi ser albino”, livro autobiográfico publicado pela EDUFSCAR.

Dessa forma não posso furtar-me de citar algumas frases, que fazem jus a sua personalidade.

“Adoro experiências novas e quebrar ideias pré-concebidas.” p. 27

“Afeto é via de mão dupla, cuja largura ou estreiteza quem constrói são engenheiros de ambos os lados do caminho.” p. 89

Quem espera proeza e relatos épicos de um grande herói grego pode se frustrar. Até porque a autobiografia não é de nenhum fundador de cidade alguma ou combatente em guerras faraônicas. Mas é de um menino pobre que virou doutor. Não desmerece esse fato, enaltece à vista dos mais cuidadosos.

Um relato intenso e talvez angustiante, pois ao leitor é aberta a tela da vida de uma criança em volta com a sua diferença. Diferença essa alardeada por todos que conviviam com ela. Mas também uma narrativa serena e humorada de quem sabe que o que a vida lhe legou não foram misérias, mas degraus para o autoconhecimento. Ciente dos verdadeiros inimigos, não esmoreceu:

 “Os verdadeiros inimigos sempre foram o preconceito e a condição social desfavorável.” p. 18

“Quem possui alguma deficiência necessita de serviço redobrado porque o mundo não é pensado para nós” p. 80

Não pretende ser um alerta, apesar de podermos inferir na história do menino albino que venceu a sociedade: Não estamos preparados para as diferenças. Nunca estivemos. Talvez porque é mais fácil esconder do que relacionar. E quando as diferenças nos fazem rever posições, então buscamos, apesar de aturdido e alarmado, remediar.

Lembro-me, uma vez em sala de aula,  que o professor Roberto Bíscaro, então meu professor de Literatura Norte-americana, alertou-me do perigo da passividade em que os diferentes reagem em relação ao tratamento social. Nunca foi adepto do coitadinho. E deixa bem claro em seu livro. Iria vencer e para isso usaria de todas as qualidades que possuía. A sociedade demorou a reconhecer seus dons. Mas ele sabia desde o princípio. Isso deixa claro em cada linha que se agiganta, página por página em sua autobiografia.

E verdade que esse otimismo não lhe caiu do céu. Pois foi cercado de pais e irmãos com a mesma qualidade. Pois viviam tempos difíceis, onde a capital paulistana e o interior elitista não proporcionavam bons ventos aos pobres e à minoria religiosa. Pois, além de um filho albino, eram pobres e espíritas. Realista, via o mundo pela ausência da ótica mundana.

“Perdemos tanto tempo imaginando lutas quixotescas contra moinhos de vento ou lutando contra tais invencionices de nossas cabeças, que deixamos o essencial de lado, isto é, desfrutar da vida plenamente, sem medo e sem se preocupar com a opinião alheia” p. 176

Uma das coisas que me acendeu ao ler a biografia do professor Roberto é entender a determinação de alcançar objetivos apesar das dificuldades.

Há sonhos em mim ainda distantes e vejo-me estagnado. No livro e como em qualquer atitude para quem conviveu o mínimo possível com Roberto, um tapa na cara é dado ao nosso comodismo, à autopiedade, à fraqueza e a inércia. Terei que ficar parado após essa aula de autoconhecimento, valorização e sobrevivência? Creio que não.

Ler autobiografia nos ajuda a continuar, apesar dos pesares. Ainda mais quando o autobiografado não é um ícone da década, uma figura histórica, um pop star, mas uma pessoa comum, com problemas talvez semelhantes, que preferiu agir.

Outro ponto a ser destacado é o foco e a persistência do professor a atingir seus objetivos. Sempre visando patamares maiores. E quando alcançados, visando outros. Não se detendo na iminência de algum problema, como no caso do fechamento do curso de Letras da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis. Para quem realmente poderia ter escolhido ser refém do fado, comportamento ainda forte na cultura brasileira, decidiu ser diferente, escolheu ser albino.

É um bom exemplo para a maioria dos alunos que reclamam frequentemente de suas realidades, esperando que venha o futuro, o mesmo que deveria ser construído por eles.

É muito interessante repetir como podemos ouvir o Roberto falando em suas páginas. Uma escrita muito próxima da sua oralidade, transformando o livro num espaço mais ameno, menos acadêmico.

“- Olha, vai ser bem fácil me localizar, eu sou albino, ta? É albino... Então, se eu não te enxergar, você me acha, ok?” p. 212

Paulistano, filho adotivo de Penápolis, percorreu a América do Norte, visitou os grandes “Hermanos”. Entrevistado por Jô Soares, fotografado por Gustavo Lacerda, autor de um dos blogs, senão o único, mais importante que reúne dados e contatos da realidade albina. Professor, filho de uma empregada doméstica e de um alfaiate. Doutor pela USP e professor efetivo de instituição de ensino federal.

Cabe a cada um dar o parecer da leitura feita. A mim, apenas dizer que merece ser sempre lembrado.

“escolhi não me trancafiar” p.127