Originalmente publicado em 30 de julho de 2012Texto revisado em 29 de agosto de 2012 para essa publicação
HUMILDADE EM PENSAR
Olá!
No último artigo, após devidas apresentações, pincelei sobre alguns temas e
autores que estudo. Paulo Freire e Miguel Gonzalez Arroyo apesar da
popularidade no meio educacional não são unanimidades. O pensamento educacional
também não é, por isso encontramos diferentes meios de entender o processo
educativo e, dessa forma, há distintas maneiras de agir em relação a isso. O
importante, além da rigorosidade na produção de pensamento, é a flexibilidade
para ouvir o pensamento do próximo.
PROFESSOR
E EDUCADOR
Um
educador tem uma dimensão mais ampla do que um professor. Um educador pode ser
professor, mas nem todo professor é um educador. Você, leitor, não sendo
professor, é educador toda vez que permite a si e ao próximo possibilidades de
compreensão da sua realidade e, assim, permitindo a mudança. O professor é quem
transmite certos códigos de uma determinada ciência e, atendo-se a ela, será
somente um professor. No entanto, torna-se educador quando vai além.
EDUCAÇÃO
EM CASA
Para
exemplificar melhor a ideia defendida. Um pai pode dar ao filho todos os passos
para abrir, desmontar, conhecer peças e funções e montar novamente fazendo com
que o computador funcione melhor do que antes. Dessa forma o pai exerce a
função de professor. Sendo o mesmo pai solícito em explicar ao filho os perigos
iminentes do uso da internet, como as inversões de valores impregnadas em
alguns sites, dando possibilidade ao filho de refletir qual melhor caminho a
seguir, torna-se um educador. Tenho firme comigo que ninguém tem a obrigação de
ser professor, porém não penso o mesmo em relação a ser educador. Mas é claro que
não podemos encerrar essa discussão por aqui. Haverá mais espaços para
ampliarmos esse debate.
ENTRE
TIA E PROFESSORA
A
discussão anterior serve de introdução ao que gostaria de refletir aqui. Após
meu estágio na creche CEIM Renascer, onde fui muito bem recebido e tratado com
todo respeito pela equipe, ficou-me a questão de ser “Tia” ou ser “Professora”.
É claro que todas as crianças chamam suas professoras de tias. E não serei o
lobo mau com dedo em riste que fará mudar isso. Até porque já faz parte da
cultura das creches brasileiras.
O que
me incomoda de fato é saber se a sociedade, a comunidade escolar em torno e que
utiliza esses serviços, reconhece nos profissionais o valor educativo, como
reais educadores e não somente tias ou tios. Sendo mais claro. Será que hoje em
dia, os pais deixam as crianças nas creches para as “tias” cuidarem somente ou
para as educadoras contribuírem com a formação educacional da meninada? Vale a
pena pensar nisso. Ler o livro “Professora sim, Tia não” de Paulo
Freire contribui muito para discussão. Claro está, dependendo da
interpretação que for encaminhada.
VOLTA
ÀS AULAS
A
turminha está de volta à sala de aula. O
segundo semestre escolar traz muitas obrigações. Peço aos pais que enviem seus filhos não com a
sensação de que agora poderão ter mais tranqüilidades, pois os pimpolhos terão
o que fazer. Por incrível que pareça há muitos que pensam assim. Mas tenham suas
presenças constantes na avaliação dos aprendizados dos seus filhos. Pois estão
indo para escola para aprenderem e transmitirem conhecimentos. Acompanhem,
ajudem nos estudos, conversem com eles, com os professores, diretores,
coordenadores pedagógicos, psicopedagogos. Conversem com as educadoras
merendeiras, educadoras serventes, educadoras secretárias e educadoras
inspetoras. Todos somos responsáveis pela educação dos seus meninos, inclusive
vocês, pais e mães.
CONHEÇA
UMA GRANDE EDUCADORA
“Bisa Bia, Bisa Bel” é um saboroso
livro da educadora escritora Ana Maria Machado. Fala principalmente da
relação entre diferentes gerações. Bisneta e Bisavó encontram-se por meio da
magia da infância, contanto experiência, vivência, crença, hábito, moda,
conhecimento. Aprendendo e ensinando mutuamente, aumentando a espiral do
conhecimento humano, perpetuando a existência do homem. Um livro para ser lido
para criança de 7 anos pela vovó de 70 ou vice-versa. O importante é manter
essa interação familiar.
NA
INTERNET
“DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA”
é outra história agradável. Esse é um excelente curta dirigido por Ana
Luiza Azevedo. Tem a duração de 13 minutos e uma boa dica para assistir
com seu filho ou filha.
Um
sensível encontro entre gerações nos mostra o lado importante da historicidade
do homem, que preserva, através da linguagem, seu conhecimento, vivência e
aprendizagem. A falta de memória de Dona Cristina cria vários tempos paralelos
que, aos poucos, o menino Antonio vai tecendo e reconstituindo a história da
grande amiga.
Como
propostas pedagógicas o professor em sala de aula poderá trabalhar noções de
temporalidade, historicidade, fugacidade, relação entre hoje e ontem, passado e
presente, construção do futuro por meio do presente, relação entre sujeitos
históricos de tempo e espaços distintos, memória, objetos e sujeitos
históricos, ponto de vista de sujeitos históricos, ser humano como sujeito
concreto, e não idealizado, da sua temporalidade entre outros temas.
Vale
a pena. Você tem acesso a essa película por meio dos links abaixo:
É
isso.
FONTE:
·
BISA
BIA, BISA BEL - (Novela) – Ana Maria Machado. Editora Moderna. 3º
Edição – São Paulo, SP.
·
PROFESSORA
SIM, TIA NÃO – Cartas a quem ousa ensinar - Paulo Freire - editora
OLHO DÀGUA, 1997.
FONTE DO ORIGINAL: http://www.cidadedepenapolis.com.br/2012/07/entre-educador-e-professor.html
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